13 junho 2011

Dois poemas eróticos de Janaína Assunção

Enlouquecer

Já não percebo o chão, o cheiro, a chave da sua porta que me abre para o amor...
Enlouquecido por seus beijos infames, traiçoeiros e eróticos, desnudo-me para ti.
Com tua saliva abundante em meu corpo - o melhor dos meus banhos!
Com dentes suplicantes por uma promessa de eternizar o momento, devora-me!

Como a carne mais frêsca, cheirosa, convidativa ao seu caçador veloz,
Rendo-me, renuncio-me, alimento-te.
Doce carne com pimenta aromática decorada de saliva e suor.
Enlouqueço-me como um predador de amores furtivos e incontidos!


Com a dança que estremece o ventre adornado de enfeites mil,
Tu, fêmea encantadora de meus inexplicáveis prazeres, enlouque-me.
As muralhas de minha razão, meus limites todos , tu fazes cair.
E nem mesmo a melhor das minhas imaginações surpreendem-me por ti!

Tudo o que você parece desejar ao cantar no meu corpo é enlouquecedor.
Não há mais pêlos para arrepiar, não há mais o que conter : nem gritos, nem sussurros...
A mulher do meu sonho, do meu corpo, do meu prazer, da minha vida,
É das fêmeas, a mais atrevida e pura, incontida e nua, pervertida e crua...

Com esta mulher enlouquecer é morrer várias vezes para a morte e renascer mais que mil para a vida.
Com ela enlouquecer é tirar o corpo de mim mesmo e doar-me sem reservas para somente ser dela.
Com esta fêmea desejo caçar as madrugadas sedentas de todo prazer fugaz.
Enlouquecê-la de beijos, salivas, suores, mordidas...cantá-la afinando-a nas cordas do meu corpo de amor!


Poemeto erótico


Eu me delicio no teu suposto corpo tão desejado por mim
E me embrenho nestas densas matas quase que inexploradas...
São tantas sensações prazerosas, que atingimos o ápice sem parar,
Como que num movimento não só corporal, mas também psicológico...

Em me arrebento de entregas múltiplas e sensacionais no teu colo
E me entrego à melhor das viagens no teu corpo suado, molhado, atado ao meu.
São gotas de lágrimas entrelaçadas às células incontidas de nossos corpos.
Fervemos, esmorecemos e posteriormente, recompensamo-nos...

Mutuamente sou você em mim e você sou eu novamente em você.
Intuitivamente procuramo-nos, alternamo-nos, enlaçamo-nos inúmeras e incontidas vezes...
E eu já não sei o que sou (se sou), como sou em você.
E você já não se vê, não se sente, não se percebe toda de uma única vez em mim.

Poemas de Janaína Assunção


Moça
 
No ápice de nossos corpos
Está você, moça, que suga minhas energias...
Que com tão suave toque,
Me conduz ao mais supremo dos prazeres!
 
No entrelaçamento de nossos corpos
Onde não há mais espaço, 
Ofegante como uma presa à caça,
Você, moça, desesperadamente me ama!
 
No mais sublime gemido de renúncia
Em que já não há mais palavras,
Ficamos unânimes em um êxtase
Que perdura sobre nossos corpos!

Moça, o corpo que é só teu
Pode agora ser também só meu...
Na união frenética e possessa
De nossos enlaçacos corpos!


Sede e fome

Tenho sede... esta mulher cheia de contornos,
É a delícia dos meus prazeres sem fim.
É a mais apetitosa água
Que escorre pelos meus lábios e dedos e pernas...


Tenho fome... esta criatura tão sensível
É o único motivo pelo qual não resisto!
É o mais doce dos favos de mel
Que umedece meu corpo desejoso...

Tenho sede e tenho fome desta candura sensual
É a mais bela obra dos meus prazeres
É a mais esculpida dos corpos que já apalpei...

Sede e fome desta efêmera rosa avermelhada
Incontida entre lençóis...
Que, roçando entre meus membros, me conduz ao infinito prazer!