27 novembro 2010

Melhor do que arder



Por Eliane Canedo

Este conto conta a história de madre Clara que vivia no convento, por exigência da família, e com o passar do tempo ela foi se descobrindo e viu que não era aquilo que ela queria.

Sonhava com homens e queria mesmo era casar, isso foi mesmo o que aconteceu porque ela tanto fez  que foi embora do convento. E logo conheceu um homem e se casou e teve vários filhos...

O conto nos faz voltar a um tempo em que moças de família eram obrigadas a viver no convento por imposição dos pais, assim escondendo os desejos das moças... Isso podemos relacionar ao que se chamaria hipótese repressiva sobre a qual podem ser levantadas três duvidas. Primeira dúvida:  a repressão do sexo seria, mesmo, uma evidência histórica? O que se revela numa primeira abordagem e que autoriza, por conseguinte, a colocar uma hipótese inicial... Um regime de repressão ao sexo.  

Clara foi levada a um mundo de devoção a Deus, no qual ela fielmente tentou manter-se, mas com o tempo o desejo foi aumentando e ela, não aguentando aquele desejo de sexo, de conhecer um homem, foi levada a abandonar a vida religiosa que nada tinha em comum com ela, era mesmo por causa da família que ela se deixou levar ao convento.

A repressão acontece desde a época das sociedades burguesas do XVII, sempre, às vezes somos obrigados a fazer coisas que não queremos, só para o bem estar de alguns (na maioria família). E até hoje se vê isso, pois nós mulheres somos criadas ou para ser dona de casa e esposa perfeita ou ir para o convento e seguir uma vida religiosa. Ainda bem que a repressão está diminuindo, a mulher de hoje está totalmente independente profissionalmente e aumentando sua autoestima e seu potencial.

Referências:
LISPECTOR, Clarice. Melhor do que arder. In: ______. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. 
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

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